Discutir e refletir sobre a condição dos jovens no atual contexto social. Com este intuito, a FEESSERS, por meio do Comitê de Assuntos de Juventude, Gênero, Raça e Diversidade Sexual, realizou, nos dias 25 e 26 de novembro, o Encontro Estadual de Jovens da Saúde. O evento, num formato adequado à faixa etária a que se destinou, foi marcado por uma participação ativa e crítica do público.
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| Comitê de Assuntos de Juventude, Gênero, Raça e Diversidade Social |
O Encontro Estadual reuniu representantes de diversas entidades que expuseram a situação da juventude no Brasil. Para Milton Kempfer, presidente da Federação, a ocasião foi oportuna, pois renovou o debate nos espaços democráticos e possibilitou a inserção dos jovens no meio sindical. “Se quisermos que a juventude se interesse por política, teremos que compreender como ela vive e se relaciona no seu meio”, afirmou.
Recepcionaram os participantes, a coordenadora do Comitê, Elaine Fátima Costa dos Santos e a representante da Federação no Comitê da CNTS, Gilmara Domingues. A representante do Segmento Jovem da CNTS, Tatiane de Castro, prestigiou o evento, participando ativamente de todos os painéis.
O Jovem hoje
“A juventude quer reconhecimento, não quer ser invisível aos olhos da sociedade”, afirmou o padre Hilário, da Pastoral da Juventude e que há mais de 40 anos trabalha com a temática focada no assunto. Para ele, a necessidade do sentimento de pertencimento é tão intensa que o fato de estar desconectado, ou seja, fora dos padrões da moda, se equivale ao medo da morte precoce entre os jovens.
Violência e drogas
Em forma de diálogo e de maneira interativa, Rafael Barros e Felipe Vencato, ambos da Pastoral da Juventude, realizaram uma palestra sobre a violência. Depois de De acordo com os palestrantes, o ato vai muito mais além da agressão física, sendo que a violência simbólica é um dos maiores fatores geradores de preconceito.
“Podemos exemplificar com os programas de humor, já que no Brasil a gente faz piada com loiras, gays e negros. Mesmo de forma mascarada, essa é uma maneira de agredir ao próximo. É um fato difícil de desconstruir, pois já virou uma característica da nossa cultura”, ponderaram.
Na palestra, o debate foi aberto com questionamento: “o jovem é promotor ou vítima da vítima da violência”? Divididos em cinco grupos, os participantes puderem discutir sobre o assunto e seus desdobramentos como a sociedade de consumo, direitos humanos, mídia e família.
O consumo de entorpecentes foi o tema apresentado pela Coordenadora Institucional da CUFA-RS, Ivanete Pereira. Após apresentar uma cena teatral, onde foi retratada a relação, e, principalmente, a influência das relações familiares com o uso de drogas lícitas e ilícitas, o grupo, que também contou com a presença de Kely Brasil e Danilo Soares tirou as dúvidas dos convidados.
Ivanete, quando questionada sobre o futuro da epidemia de crack no Brasil, foi categórica. “É uma situação muito complexa, a sociedade não está preparada para esta droga. Não há condições psicológicas, e ainda não temos instruções para poder ajudar os dependentes químicos”, explicou.
Educação e Carreira
“50% dos desempregados e 70% dos presos e vítimas de violência são compostas por jovens”, afirmou, durante o evento, Rodrigo Schley, secretário de juventude da CUT. Para o jovem, estes aspectos fazem que com seja necessário uma ampla discussão para que se apliquem políticas públicas referentes a juventude.
“Hoje, os adolescentes de baixa renda começam a trabalhar muito cedo, e em muitos casos abandonam a escola por este motivo. Como conseqüência, a carreira se inicia e prossegue de forma precária. Precisamos de políticas que proporcionem o retardamento no mercado de trabalho para que esses jovens tenham as mesmas condições e oportunidades da classe média”, explica.
Virgínia Donoso, economista do DIEESE, expôs um panorama sobre a trajetória da juventude no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa apresentada, os jovens na faixa etária entre 16 e 17 anos se enquadram dentro de um período crítico de desemprego, sendo que 43% trabalham de maneira informal. Além disso, segundo a mesma referência, mulheres e negros, mesmo que em cargos de trabalho iguais aos de homens e brancos, ainda recebem menos pela prestação de seus serviços.
Para Jorge Peralta, representante do Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP), a saída para vários problemas da juventude, inclusive de educação e formação do indivíduo, seria a construção de um modelo de educação diferente, no entanto, não é o que acontece. “Os governos não sabem o que querem da juventude. Tanto é assim que a classe média que está se formando no Brasil prefere pagar pelos serviços do que lutar pelos seus direitos”, explicou.
O encontro ainda contou com a participação de Milton Kempfer, presidente da FEESSERS, falando sobre o acesso ao lazer dos jovens na atualidade, Emerson Pacheco, diretor secretário geral da entidade, que tratou sobre a Saúde do Trabalhador.
O painel A Realidade dos Jovens das Diversas Regiões do Estado, coordenado pelas pedagogas Sônia Maria Gomes e Judite Guerra, agrupou por eixos as temáticas mais abordadas nas fichas de inscrição encaminhadas pelos participantes: sexualidade e discriminação racial. As orientadoras da Dinâmica conduziram o trabalho, dividindo os presentes em dois grupos que discutiram as perguntas e temas questionados. O resumo dos dois eixos será encaminhado aos e-mails fornecidos à Coordenação do evento e divulgado no Orkut jovensnasaude@gmail.com .
O professor Cláudio de Sá Machado Júnior, historiador da Associação Nacional de História (ANPUH), abordou o tema A Nova Desigualdade Social – O Consumismo. Em sua exposição, provocou a platéia questionando a diferença entre consumidor e consumista. Ele também lembrou a evolução, ao longo dos anos, dos produtos consumidos e da influência da mídia no consumo.
Apresentações
Durante o evento, além de palestras, dinâmicas e debates, ocorreram apresentações de curta-metragens relativos às temáticas debatidas. “Gravidez na Adolescência”, “Jovens na Busca de Emprego” e “Marcas da Juventude”, produzidos por integrantes do projeto Lente Jovem do CAMP – Centro Assessoria Multi Profissional, mostraram o universo dos jovens, sob a perspectivas dos próprios adolescentes. Com o curta “Sexta-feira 13”, estudantes do Segundo Ano do Segundo Grau da Escola Irmão Pedro abordaram o dia-a-dia da vida de adolescentes, refletidos a partir da ótica de sua faixa etária.
Ao final do primeiro dia do encontro, ocorreu uma apresentação musical com o Grupo Violão e Voz - Guilherme Claro e Paula Schröder. No encerramento do evento os 85 participantes receberam os certificados, quando puderam expor sua opinião sobre o evento.
Recepcionaram os participantes, a coordenadora do Comitê, Elaine Fátima Costa dos Santos e a representante da Federação no Comitê da CNTS, Gilmara Domingues. A representante do Segmento Jovem da CNTS, Tatiane de Castro, prestigiou o evento, participando ativamente de todos os painéis.
O Jovem hoje
“A juventude quer reconhecimento, não quer ser invisível aos olhos da sociedade”, afirmou o padre Hilário, da Pastoral da Juventude e que há mais de 40 anos trabalha com a temática focada no assunto. Para ele, a necessidade do sentimento de pertencimento é tão intensa que o fato de estar desconectado, ou seja, fora dos padrões da moda, se equivale ao medo da morte precoce entre os jovens.
Violência e drogas
Em forma de diálogo e de maneira interativa, Rafael Barros e Felipe Vencato, ambos da Pastoral da Juventude, realizaram uma palestra sobre a violência. Depois de De acordo com os palestrantes, o ato vai muito mais além da agressão física, sendo que a violência simbólica é um dos maiores fatores geradores de preconceito.
“Podemos exemplificar com os programas de humor, já que no Brasil a gente faz piada com loiras, gays e negros. Mesmo de forma mascarada, essa é uma maneira de agredir ao próximo. É um fato difícil de desconstruir, pois já virou uma característica da nossa cultura”, ponderaram.
Na palestra, o debate foi aberto com questionamento: “o jovem é promotor ou vítima da vítima da violência”? Divididos em cinco grupos, os participantes puderem discutir sobre o assunto e seus desdobramentos como a sociedade de consumo, direitos humanos, mídia e família.
O consumo de entorpecentes foi o tema apresentado pela Coordenadora Institucional da CUFA-RS, Ivanete Pereira. Após apresentar uma cena teatral, onde foi retratada a relação, e, principalmente, a influência das relações familiares com o uso de drogas lícitas e ilícitas, o grupo, que também contou com a presença de Kely Brasil e Danilo Soares tirou as dúvidas dos convidados.
Ivanete, quando questionada sobre o futuro da epidemia de crack no Brasil, foi categórica. “É uma situação muito complexa, a sociedade não está preparada para esta droga. Não há condições psicológicas, e ainda não temos instruções para poder ajudar os dependentes químicos”, explicou.
Educação e Carreira
“50% dos desempregados e 70% dos presos e vítimas de violência são compostas por jovens”, afirmou, durante o evento, Rodrigo Schley, secretário de juventude da CUT. Para o jovem, estes aspectos fazem que com seja necessário uma ampla discussão para que se apliquem políticas públicas referentes a juventude.
“Hoje, os adolescentes de baixa renda começam a trabalhar muito cedo, e em muitos casos abandonam a escola por este motivo. Como conseqüência, a carreira se inicia e prossegue de forma precária. Precisamos de políticas que proporcionem o retardamento no mercado de trabalho para que esses jovens tenham as mesmas condições e oportunidades da classe média”, explica.
Virgínia Donoso, economista do DIEESE, expôs um panorama sobre a trajetória da juventude no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa apresentada, os jovens na faixa etária entre 16 e 17 anos se enquadram dentro de um período crítico de desemprego, sendo que 43% trabalham de maneira informal. Além disso, segundo a mesma referência, mulheres e negros, mesmo que em cargos de trabalho iguais aos de homens e brancos, ainda recebem menos pela prestação de seus serviços.
Para Jorge Peralta, representante do Centro de Educação e Assessoramento Popular (CEAP), a saída para vários problemas da juventude, inclusive de educação e formação do indivíduo, seria a construção de um modelo de educação diferente, no entanto, não é o que acontece. “Os governos não sabem o que querem da juventude. Tanto é assim que a classe média que está se formando no Brasil prefere pagar pelos serviços do que lutar pelos seus direitos”, explicou.
O encontro ainda contou com a participação de Milton Kempfer, presidente da FEESSERS, falando sobre o acesso ao lazer dos jovens na atualidade, Emerson Pacheco, diretor secretário geral da entidade, que tratou sobre a Saúde do Trabalhador.
O painel A Realidade dos Jovens das Diversas Regiões do Estado, coordenado pelas pedagogas Sônia Maria Gomes e Judite Guerra, agrupou por eixos as temáticas mais abordadas nas fichas de inscrição encaminhadas pelos participantes: sexualidade e discriminação racial. As orientadoras da Dinâmica conduziram o trabalho, dividindo os presentes em dois grupos que discutiram as perguntas e temas questionados. O resumo dos dois eixos será encaminhado aos e-mails fornecidos à Coordenação do evento e divulgado no Orkut jovensnasaude@gmail.com .
O professor Cláudio de Sá Machado Júnior, historiador da Associação Nacional de História (ANPUH), abordou o tema A Nova Desigualdade Social – O Consumismo. Em sua exposição, provocou a platéia questionando a diferença entre consumidor e consumista. Ele também lembrou a evolução, ao longo dos anos, dos produtos consumidos e da influência da mídia no consumo.
Apresentações
Durante o evento, além de palestras, dinâmicas e debates, ocorreram apresentações de curta-metragens relativos às temáticas debatidas. “Gravidez na Adolescência”, “Jovens na Busca de Emprego” e “Marcas da Juventude”, produzidos por integrantes do projeto Lente Jovem do CAMP – Centro Assessoria Multi Profissional, mostraram o universo dos jovens, sob a perspectivas dos próprios adolescentes. Com o curta “Sexta-feira 13”, estudantes do Segundo Ano do Segundo Grau da Escola Irmão Pedro abordaram o dia-a-dia da vida de adolescentes, refletidos a partir da ótica de sua faixa etária.
Ao final do primeiro dia do encontro, ocorreu uma apresentação musical com o Grupo Violão e Voz - Guilherme Claro e Paula Schröder. No encerramento do evento os 85 participantes receberam os certificados, quando puderam expor sua opinião sobre o evento.
Graziele Correa (MTb-14.890)
Organização: Plena Consultoria & Comunicação Integrada
